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A pandemia da covid-19 transformou profundamente diversos setores da economia global, e a construção civil não foi exceção. Desde o aumento nos preços dos materiais até as mudanças nas dinâmicas de trabalho, o setor enfrenta novos desafios, mas também oportunidades.
Para entender melhor esse cenário, conversamos com Jakson Brunoro Salomão, engenheiro civil e diretor de obras do Grupo Conquista, e Patricia Favalessa Machado, contadora e diretora financeira do mesmo grupo. Eles compartilharam suas perspectivas sobre as principais mudanças, os custos envolvidos e o que esperar para o futuro próximo.
A crise sanitária, que trouxe incertezas globais, também provocou um aquecimento inesperado do mercado imobiliário, acompanhado por uma escalada nos custos de materiais e ajustes nos cronogramas de obras.
Segundo Jakson, a pandemia gerou uma demanda maior por imóveis, o que inicialmente impulsionou o setor. “A procura por imóveis aumentou nesse período, e consequentemente gerou um aquecimento no mercado imobiliário. No entanto, esse crescimento na demanda veio acompanhado de desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao custo e à disponibilidade de materiais”, destaca.
Com a paralisação de atividades industriais e a interrupção na cadeia de suprimentos, o setor foi duramente impactado e, por algum momento, até paralisado. “Naquele momento, o custo foi diretamente afetado, bem como o prazo de entrega de mercadoria e das obras. Isso gerou transtornos na execução dos trabalhos e um aumento direto em produtos como aço e materiais de acabamento”, lembra.
A diretora financeira do Grupo Conquista, Patrícia Favalessa Machado, também observa os desafios financeiros decorrentes dessa alta nos custos. Segundo ela, os investimentos em novos projetos precisaram ser reavaliados cuidadosamente. “Foi preciso planejar os custos e otimizar o trabalho da melhor forma possível para obter os melhores resultados”, comenta.
Apesar dessas dificuldades, a empresa não viu seus projetos desacelerarem, mas teve que rever prazos de entrega e cronogramas para se adequar à nova realidade. “Não podemos dizer que desacelerou os projetos em andamentos, mas nossos prazos de entrega tiveram que ser revistos, diante da redução da jornada de trabalho e os prazos mais longos de entrega de materiais fizeram com que os cronogramas de execução precisassem de revisão”, explica.
Outro aspecto crítico foi a busca por soluções inovadoras para mitigar os impactos dos aumentos de custo. “Buscamos novos métodos construtivos e conhecemos novos produtos em feiras para melhorar o desempenho”, completou Jakson. Essa adaptação foi essencial para manter a competitividade e eficiência nas operações.
Sobre o futuro do setor, tanto Jakson quanto Patrícia mantém uma visão otimista. Com a economia se recuperando e novas empresas se estabelecendo, especialmente na região Norte do Espírito Santo, a expectativa é de um cenário de expansão. “Acreditamos em uma total expansão, principalmente na nossa região. As empresas estão chegando, as cidades seguem crescendo e, com isso, novas oportunidades com certeza surgirão”, comenta Jakson.