Em ano eleitoral, quais pautas do mercado imobiliário os políticos deveriam colocar em seus planos de governo?

Entrevista, Alexandre Schubert, vice-presidente da Ademi-ES, detalha os principais gargalos que estão travando o desenvolvimento do setor imobiliário no Espírito Santo e suas possíveis soluções.

por ImobiNewsES
À medida que as eleições se aproximam, o setor imobiliário do Espírito Santo destaca a necessidade de os políticos incluírem em seus planos de governo soluções para os entraves que limitam o desenvolvimento urbano e habitacional.
Em entrevista ao Jornal Imobiliário, Alexandre Schubert, engenheiro civil e vice-presidente da Associação Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), destaca os principais desafios que o setor enfrenta e propõe direções que os futuros gestores públicos deveriam seguir para promover um ambiente mais favorável ao crescimento sustentável do mercado imobiliário.
De acordo com Schubert, o mercado imobiliário capixaba sofre com desafios que são reflexo de uma conjuntura nacional: o elevado custo de financiamento, um sistema tributário complexo, um ambiente jurídico inseguro e processos de aprovação e licenciamento que, além de lentos, são onerosos. “No Espírito Santo, estamos com preços de terrenos elevados, fator que dificulta muito a viabilização dos empreendimentos”, pontua.
Por outro lado, a carência de infraestrutura, especialmente em áreas urbanas, é outro obstáculo significativo.“Apesar de termos o tecido urbano já bem desenvolvido, alguns aspectos ainda carecem de atenção e investimento por parte das concessionárias e do poder público. A infraestrutura referente a redes de coleta de esgoto, abastecimento de água e estações de tratamento necessitam de urgente adequação à demanda que se impõe. Atualmente, a coleta de esgoto e abastecimento de água são os grandes gargalos para os novos empreendimentos”, destaca Schubert, apontando ainda a necessidade de investimentos nos eixos viários e na melhoria do transporte público.
Embora os processos de aprovação e licenciamento de novos empreendimentos tenham evoluído nos últimos anos, o vice-presidente da Ademi-ES destaca que ainda há muito a ser feito. “Os empreendedores ainda despendem tempo e recursos para atenderem exigências que não se fazem úteis e, em boa parte das ocasiões, são exigências interpretativas dos técnicos licenciadores. Na prática, os custos dessas ações acabam por encarecer o preço das moradias”, pontua.
Quando o assunto é a moradia popular, Schubert é enfático: “o grande incentivo é a geração de financiamentos”. Segundo ele, tanto o custo para produzir quanto para adquirir imóveis é alto, o que torna essencial a disponibilização de recursos com taxas adequadas para financiar os compradores. “Temos déficits de moradia no país, no Espírito Santo e a solução dessa carência passa fundamentalmente pela diminuição dos juros”, afirma.
Sustentabilidade e Planejamento Urbano
As questões ambientais também estão no radar dos empreendedores imobiliários. Alexandre aponta que tanto os poderes executivos quanto os empreendedores estão cada vez mais focados em práticas sustentáveis, que incluem a racionalização dos recursos hídricos e elétricos e a gestão inteligente de resíduos. “O tema ambiental é uma agenda positiva no mercado imobiliário”, destaca ele, reforçando ainda a importância da ocupação ordenada do solo e do uso de fontes renováveis.
Já no âmbito municipal, em que serão escolhidos vereadores e prefeitos para governarem pelos próximos quatro anos, Schubert sugere que os eleitos se inspirem em exemplos bem-sucedidos de outras regiões, evitando a reinvenção da roda, por exemplo.
“Sugiro que os municípios troquem informações com os seus pares de forma a construírem planos e legislações com base em exemplos que deram certo. Temos diversos casos de sucesso no Espírito Santo. Não precisam inventar, basta aprenderem com as experiências já em curso”, pontua.
Ele também destaca a necessidade de uniformidade nos processos de aprovação e licenciamento, especialmente na região metropolitana. “Outro ponto de destaque é que, principalmente a região metropolitana, precisa de uniformidade em processos de aprovação e licenciamento. É importante que se faça um esforço de padronização desses processos e das regulações pertinentes”, conclui.

“Sugiro que os municípios troquem informações com os seus pares de forma a construírem planos e legislações com base em exemplos que deram certo”

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