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Quando o assunto são os parques urbanos pelo Brasil, a aplicação desses conceitos em diferentes regiões, exige uma adaptação cuidadosa às particularidades locais. “Em cada local em que atuamos aprendemos alguma coisa nova. Sempre começamos estudando as especificidades do local, como a história, cultura, demografia, economia e clima. Isso faz com que cada projeto seja único para atender questões locais tanto de viabilidade do empreendimento quanto de necessidades da localização”, revela Grandó.
“Um exemplo bem prático é a questão do clima. No Sul, por termos um inverno mais rigoroso, buscamos mesclar espaços de sombra, para serem mais utilizados no verão, com espaços mais abertos, para poderem ser utilizados no inverno. Também prestamos muita atenção para evitar empreendimentos com uma grande fachada sul, que recebe menos sol no inverno. Quanto mais para o Norte e Sudeste do país, as temperaturas mais altas nos fazem ter mais cuidado com o calor excessivo. Sombra e ventilação são essenciais para possibilitar que as pessoas utilizem os espaços públicos. As fachadas oeste nessas localizações também merecem mais atenção, pois recebem o sol quente da tarde no verão”, complementa Stefan Maier.
A influência de referências internacionais também é evidente no trabalho de Maier e Grandó, que buscam sempre implantar nos projetos nacionais as boas iniciativas encontradas no exterior. “Quando viajamos para fora, uma das coisas que mais gostamos de fazer, na Europa, por exemplo, é caminhar nas ruas e parques com segurança. É esse tipo de vida urbana que acreditamos”, ressalta Gabriel.
Stefan reforça esse pensamento e complementa dizendo que o desafio é implantar essas experiências internacionais dentro do mercado brasileiro: “Buscamos nos inspirar em projetos que resgatam essas vivências. Claro que é sempre um desafio trazer essas experiências internacionais para a realidade e mercado imobiliário brasileiro, que tem as suas especificidades e dinâmicas. Mas gostamos desses desafios, acabam trazendo uma identidade local para nossos projetos”, destaca.
Com a visão de profissionais como Stefan Maier e Gabriel Grandó, o mercado imobiliário brasileiro se reinventa, colocando o bem-estar dos cidadãos no centro do planejamento urbano, transformando não apenas as cidades, mas a forma como vivemos e nos relacionamos com os espaços ao nosso redor.